quarta-feira, 23 de janeiro de 2013


O CASAMENTO

A palavra casamento tomada do latim medieval “casamentu”, significa “Ato solene de união entre duas pessoas de sexo diferente, capazes e habilitadas, com legitimação religiosa e/ou civil”.

O Casamento é algo instituído por Deus, que jamais. Analisemos dois textos sobre o casamento antes de falarmos em divórcio: Gênesis 2:18-24 e I Coríntios 7:2.

Nestes textos acima podemos notar que a família sempre foi um projeto divino e o casamento instituído para ser indissolúvel (Mateus 19:6).  Deus cria Eva das costelas de Adão, o que faz alusão que a mesma seria companheira, parceira, ajudadora e que ambos vivessem juntos.

Na criação vemos que o Senhor não criou o ser humano para a poligamia (ato de se ter mais de um parceiro), mesmo que, até mesmo alguns que dizem professar o cristianismo, queiram defender este ato. Estes argumentam que na Bíblia há vários servos de Deus que tiveram mais de uma mulher. Porém precisamos destacar que esta postura anti-bíblica, não foi recomendada por Deus. Basta analisarmos a vida de homens como Abraão. Deus havia lhe prometido um filho e que dele, Abraão teria uma grande descendência. Só que a sua esposa, que era estéril, resolveu “ajudar” a Deus. Sara entregou sua serva Agar, dando-a a Abraão e a conseqüência foi o nascimento de Ismael; e seus descendentes são inimigos de Israel até hoje (isto foi resultado da poligamia de Abraão). Sem contar os casos de Jacó, Davi, Salomão entre outros, os quais tiveram conseqüências trágicas.

Alguns não entendem o que é ser uma só carne. Alguns acham que se tornar uma só carne é assinar um documento no cartório ou receber a bênção do pastor na igreja, mas não é isso. Quando há a relação sexual entre o casal estes tornam-se uma só carne e estão, aos olhos de Deus, casados. O Apóstolo Paulo explicou justamente isso aos Coríntios, condenando os que praticavam a prostituição, deixando claro que os casados já eram uma só carne com as suas esposas e os solteiros deveriam guardar-se para as suas futuras esposas, pois ao saírem com prostitutas tornavam-se uma só carne com elas e contaminavam as suas vidas espirituais (I Coríntios 6:16).

Porém, percebemos na vida do homem que este projeto de Deus é quebrado devido ao desejo do coração do ser humano de romper com o princípio de permanecer unido ao seu cônjuge até o fim dos seus dias. Surge então o divórcio.

O DIVÓRCIO

O divórcio (do latim divortium”, derivado de divertĕre”, que significa "separar-se") é o“rompimento legal e definitivo do vínculo de casamento civil”.

Os países onde mais ocorrem pedidos de rompimento do matrimônio são: Estados Unidos, Dinamarca, Bélgica, com índices entre 55% e 65%. Em contraponto, os países com menos incidência de separação são países extremamente católicos como Irlanda e Itália com números abaixo de 10%. Em Malta e nas Filipinas, o divórcio ainda não foi legalizado.

O divórcio foi instituído oficialmente no Brasil com a Emenda Constitucional número 9, de 28 de junho de 1977, regulamentada pela lei 6515 de 26 de dezembro do mesmo ano.
Em média, nos tempos de hoje, um casamento dura dez anos, sendo que em 70% dos casos quem pede o divórcio é a mulher. Em dados de 2008, o divórcio no Brasil cresceu 200% em 23 anos, ou um divórcio a cada quatro casamentos.

Observe comentário do Jornal Tribuna do Norte de Dezembro de 2008, artigo este comentado pelo estadão e outros jornais de destaque: “Rio (AE) - No ano em que se completaram 30 anos do divórcio no Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou o maior índice de uniões desfeitas no País desde o início da série histórica das estatísticas do Registro Civil, em 1984, que o IBGE divulgou ontem. Em 2007, o número de casamentos continuou subindo no Brasil, mas os registros de divórcio dispararam. Enquanto 916 mil casais oficializaram a sua união no ano passado, cerca de 3% a mais do que em 2006, quase 180 mil se divorciariam - um crescimento de 44% no mesmo período. A soma de divórcios e separações judiciais envolveu 231 mil casais em 2007, quando um casamento foi desfeito a cada quatro matrimônios celebrados”.

CONSEQUENCIAS DO DIVÓRCIO

Dentre as grandes conseqüências que o divórcio pode trazer não somente ao indivíduo, mas também a sociedade, podemos citar:
. Esterilidade conjugal estimulada
. Infância educada fora dos seus lares
. Instabilidade das famílias
. Diminuição progressiva do senso de responsabilidade, fidelidade e lealdade
. Dissolve as famílias
. Dissolve a sociedade.
. Desenvolve o indivíduo com um sentimento de visar única e exclusivamente o seu bem-estar em detrimento dos interesses dos outros.

O DIVÓRCIO NO ANTIGO TESTAMENTO


A lei de Moisés prescreve as razões para o divórcio em termos tão gerais que torna-se difícil explicar os motivos que o justificam. Vejamos alguns textos:

. Êxodo 20:14 - Não adulterar era uma ordenança de Deus através da Lei de Moisés, pois isto seria motivo de separação e portanto não aprovado pelo Senhor.

. Levíticos 20:10 - Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera.

. Deuteronômio 22:13-19 – O Divórcio não era possível quando sua esposa fosse acusada falsamente de pecado sexual pré-marital pelo próprio marido.

. Deuteronômios 22:20-22 - Porém, se este negócio for verdade, que a virgindade se não achou na moça, então, levarão a moça à porta da casa de seu pai, e os homens da sua cidade a apedrejarão com pedras, até que morra; pois fez loucura em Israel, prostituindo-se na casa de seu pai; assim, tirarás o mal do meio de ti. Quando um homem for achado deitado com mulher casada com marido, então, ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher e a mulher; assim, tirarás o mal de Israel.

. Deuteronômios 22:28-29 - Quando um homem desvirginasse uma jovem, e o pai dela o compelisse a desposá-la (Êxodo 22:16-17).

. Deuteronômio 24:1 - 
Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia (conduta vergonhosa ou imoral – sem envolver adultério), ele lhe fará escrito de repúdio (documento legal entregue à mulher, para a rescisão do contrato do casamento, para protegê-la e liberá-la de todas as obrigações para com o seu ex-marido. A partir deste momento ela estava livre para casar-se de novo), e lho dará na sua mão, e a despedirá da sua casa.

. Neemias 13:23 - Vi também, naqueles dias, judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas. Quando Neemias chegou a Jerusalém, descobriu que muitos dos israelitas, inclusive sacerdotes, levitas e governantes, tinham se casado com mulheres idólatras e praticavam as abominações e impurezas dos pagãos (vv. 1, 2, 11). O casamento com ímpios foi terminantemente proibido na lei de Moisés (Êxodo 34:11-16; Deuteronômios 7:1-4; Salmos 106:35).



DIVÓRCIO  NO NOVO TESTAMENTO

Vejamos alguns textos:

. Romanos 7:1-3 – A mulher não deve se casar novamente enquanto o marido está vivo, pois assim fazendo é chamada de adúltera.

. I Coríntios 7:10-16 – Paulo orienta que aqueles que se separarem, permaneçam sem se casar, mas o melhor é que não se separem.
 . I Coríntios 7:39-40 - Paulo também orienta que a mulher está ligada ao seu marido enquanto ele vive e que é melhor que fique só após a sua morte.



JESUS E O DIVÓRCIO

Analisando três textos sobre o posicionamento de Jesus com relação ao divórcio:

. Mateus 19:1-9 – A vontade de Deus para o casamento é que ele seja vitalício, que cada cônjuge seja único até que a morte os separe (Mateus 19:5-6 e Marcos 10:7-9).

. A expressão, ”prostituição” (gr. porneia), palavra esta que no original inclui o “adultério ou qualquer outro tipo de imoralidade sexual” (Mateus 5:32; 19:9) é a única condição que Jesus deixou.

. O divórcio, portanto, deve ser permitido em caso de imoralidade sexual, quando o cônjuge ofendido se recusar a perdoar. Em Mateus 19:8-9, não estava referindo-se à separação por causa de adultério, mas ao divórcio como permitido no AT em casos de incontinência pré-nupcial, constatada pelo marido após a cerimônia do casamento (Deuteronômios 24:1). A vontade de Deus em tais casos era que os dois permanecessem juntos.

.  No caso de infidelidade conjugal depois do casamento, o AT determinava a dissolução do casamento com a execução das duas partes culpadas (Levíticos 20:10; Êxodo 20:14; Deuteronômios 22:22). Isto, evidentemente, deixaria o cônjuge inocente livre para casar-se de novo (Romanos 7:2; I Coríntios 7:39) e Jesus não tirou esta verdade.

. Lucas 16:18 - Apresenta a regra geral: "Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério". Jesus condenou o que tem se tornado comum em nossa sociedade: a prática de deixar um cônjuge para se unir a outro. O adultério mencionado aqui é um pecado contínuo que envolve relações sexuais entre pessoas que não têm permissão dada por Deus para coabitar. O pecado não está meramente no ato de fazer um voto de casamento, mas na conseqüente posse de um cônjuge ilícito.

. Mateus 5:31 - Analisando o contexto externo do texto (histórico, cultural, etc), iremos ver que Jesus não estava em conflito com Moisés. Deve destacar-se que a lei de Moisés não instruiu o divórcio. Por ordem divina, Moisés tolerou o divórcio e o regulamentou a fim de evitar abusos. As mulheres não tinham direitos e, para protegê-las, Deus permitiu que Moisés criasse esta lei, a fim de que as mulheres tivessem uma nova chance. A lei garantia à mulher divorciada certos direitos, e na realidade a protegia de ser considerada adúltera ou rejeitada pela sociedade. Deixava a casa de seu primeiro marido como mulher livre e respeitada pela sociedade, apta para contrair um matrimônio honroso. A carta de divórcio estabelecia que seu primeiro esposo já não tinha mais jurisdição legal sobre ela e que ela não tinha nenhum tipo de obrigação para com ele, senão que estava livre para ser esposa de outro homem. Ao voltar a casar, não se fazia culpada de adultério, nem se violavam os direitos de seu primeiro marido.

ALGUMAS CONCLUSÕES EM FORMA DE PERGUNTAS

1) É permitido em nossos dias o divórcio?
R- Mesmo vivendo em novo tempo em uma “Nova Aliança”, os privilégios do crente não são menores e nem menores que os instituídos no Antigo Testamento. Embora o divórcio seja uma tragédia, a infidelidade conjugal é um pecado tão cruel contra o cônjuge inocente, que este tem o justo direito de pôr fim ao casamento mediante o divórcio. Neste caso, ele ou ela está livre para casar-se de novo com um crente (I Coríntios 7:27,28).

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