Jovens dançaram e fizeram reivindicações
Com protestos contra o preconceito, reivindicações, desfile de moda e
muita dança, dezenas de jovens com síndrome de down protagonizaram um
espetáculo diferente no plenário da Câmara Legislativa, na manhã desta
quarta-feira, na comemoração do Dia Internacional das Pessoas com
Síndrome de Down (21 de março): Rafirmaram que não são doentes. São
diferentes, mas normais. E enfatizaram o recado de que precisam do
apoio da sociedade e do governo para assumirem plenamente a cidadania a
que têm direito.
"Eu sou down, eu sou up, eu sou normal". O refrão do samba composto pelo presidente da Associação DFDOWN, Luciano Abreu, ap
resentado
no telão do plenário, ilustrou o espírito da sessão solene proposta e
presidida pelo deputado Robério Negreiros (PMDB), em homenagem às
pessoas que ainda enfrentam preconceito por causa de um diferença
genética, um cromossomo a mais. "Esse dia especial foi criado para que a
sociedade discuta e faça um revisão sobre o tratamento que dá às
pessoas com down, que precisam ser reconhecidas como cidadãos que têm
direito a uma vida digna", destacou o parlamentar, sob aplausos do
plenário lotado por crianças, pais e profissionais que atuam no apoio
àquelas pessoas, em suas atividades cotidianas.
Antes dos
pronunciamentos na tribuna, cerca de 50 jovens _ a maioria crianças _
desfilaram no plenário no evento que foi batizado de
Fashion Inclusivo ,
exibindo desenvoltura, mesmo diante de muitas câmeras. A jornalista e
mãe de uma modelo com down, Cleonice Bohn, explicou que aquele evento
era uma prova da competência daquelas pessoas, lembrando que muitas
agências de modelos do país já solicitaram a participação de modelos do
DF,com down, em campanhas publicitárias. O distrital Negreiros destacou
que tem em seu gabinete uma assessora pedagoga muito eficiente, que
tem down. Ela também estava no plenário.
A jovem escritora Liane
Collares, que também tem down, discursou da tribuna em nome das
pessoas que como ela enfrentam os desafios da superação de preconceitos.
"Não podemos direcionar o vento, mas podemos apontar as velas",
declarou, ao cobrar "o direito do exercício pleno de cidadania'.
Investimentos - A médica
Moema Bezerra, que atua no Centro de Referência Interdisciplinar do
Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), defendeu mais apoio do Estado
para o desenvolvimento integral das pessoas com down. O deputaddo
Robério Negreiros (PMDB) manifestou seu engajamento na luta por mais
recursos para atividades de apoio às pessoas com down. "Vou buscar mais
recursos junto à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF)",
anunciou.